Novos avanços tecnológicos surgem a cada dia, ainda mais impulsionados pela transformação digital. Além da conexão 5G, outro assunto no radar da telecomunicação é o OpenRAN – Open Radio Access Networks – no português, “Rede Aberta de Acesso por Rádio”.
Apesar de não ser um conceito novo, a tecnologia consiste em uma rede aberta e interoperável, que permite que componentes de diferentes fornecedores sejam combinados para formar uma rede completa. A aplicação será diferente da RAN tradicional, em que as redes de acesso utilizam as tecnologias integradas do mesmo fornecedor, por exemplo.
O Open Radio Access Networks vai proporcionar diversos benefícios:
- Automatização, já que é altamente programável;
- Conectividade sob demanda;
- Maior diversidade de fornecedores;
- Diminuição de equipamentos na rede, com o processo de virtualização.
Tudo isso promete impulsionar o mercado e a economia digital, com expectativa de surgimento de novas empresas e diversidade para a cadeia de suprimentos.
Implantação do OpenRAN no Brasil e no mundo
O Brasil já conta com o grupo OpenRAN do Brasil, com participação da CPqD, Cisco, Qualcomm, IBM, NEC, Nokia e Trópico, para defender a regulamentação e as medidas de incentivo à implantação da tecnologia.
Em paralelo, a Telefónica, controladora da Vivo no Brasil, também está entre as empresas que já anunciaram o uso em larga escala do padrão de rede aberta, e está realizando testes no país em parceria com os fornecedores de software Altiosatar, Mavenir e Parallel. Na região do Vale do São Francisco, os testes tiveram sucesso na banda 4G, e os resultados abrem caminhos para o experimento também no 5G.
No âmbito internacional, destacamos o exemplo da Vodafone, operadora britânica que usará equipamentos fornecidos pela Dell, NEC, Samsung e Wind River para a implantação do OpenRAN. No começo do ano, a Vodafone e as operadoras europeias Deutsche Telekom, Orange e Telefónica se uniram para apoiar o lançamento de O-RAN em futuras redes móveis em toda a Europa.
A Movistar, também empresa da Telefónica, avança na América Latina, e já completou uma ativação OpenRAN no primeiro trimestre de 2021, na cidade Puerto Madryn, na costa do norte da Patagônia – Argentina.
Operadores de rede móvel de todo o mundo, fornecedores e pesquisadores da área se reúnem na comunidade mundial O-RAN Alliance para promover mais avanços e determinar padrões e regras para a tecnologia. Todos contam também com o Telecom Infra Project (TIP), uma comunidade internacional que busca acelerar o desenvolvimento e implantação de soluções de tecnologia abertas. A iniciativa foi fundada pelo Facebook, SK Telecom, Deutsche Telekom, Nokia, Intel, entre outras empresas.
Impacto no mercado de telecomunicações
Não somente as operadoras vão sentir os impactos da migração para a arquitetura aberta: os fornecedores também vão se beneficiar da multiplicidade que o OpenRAN vai proporcionar, criando assim novas oportunidades de mercado.
A nova arquitetura de rede vai influenciar positivamente os serviços de telecomunicações, com preços mais baixos para o consumidor – já que outra mudança prevista é a redução na quantidade de equipamentos na rede, com o processo de virtualização, além do aumento de competitividade com a entrada de novas empresas no ecossistema.
A abertura tecnológica permite o sucesso dos nichos, aumenta as chances de pequenas e médias empresas atuarem no segmento de telecomunicações e oferece um bom serviço para o consumidor final – todos saem ganhando.
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