São muitas as reportagens que questionam a influência do 5G em aeroportos, especialmente nos Estados Unidos. Inicialmente, é essencial ressaltar que a faixa de frequência que o país usa para trafegar os dados do 5G é diferente da usada pelo Brasil e outros países da América Latina; portanto, as chances de interferência são baixas!
A principal preocupação é de que as estações de rádio 5G na banda-C próximas aos aeroportos norte-americanos possam atrapalhar as operações de pouso de aeronaves que utilizam o rádio altímetro- o equipamento operado por rádio calcula a distância do avião em relação ao solo e identifica a distância a obstáculos. O problema é potencialmente mais sério em aviões de pequeno/médio porte e helicópteros.
Entenda o problema do 5G em aeroportos americanos
Os norte-americanos determinaram a banda 3,5 GHz para as redes CBRS e, com isso, o 5G na banda C passou a usar a faixa de frequência entre 3,7 e 3,98 GHz – algo muito próximo ao usado pelo rádio altímetro: 4,2 – 4,4 GHz.
Assim, por conta da proximidade e pela resposta em frequência dos filtros dos rádios altímetros, é possível que o 5G na banda C em aeroportos interfira nestes equipamentos, principalmente quando o avião está baixo, perdendo a precisão sobre a distância dos obstáculos e ao solo.
Fonte imagens: RTCA = Radio Technical Commission for Aeronautics
O lançamento no país foi adiado para os especialistas realizarem testes e estudos mais profundos. Por enquanto, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos determinou que 50 aeroportos serão zonas isoladas do 5G, para evitar riscos.
Com relação aos terminais móveis, no nível do solo, no pátio do aeroporto ou até mesmo na pista de pousos e decolagens nos Estados Unidos, a probabilidade é que a interferência do 5G seja desprezível. Neste caso, a maior preocupação é dentro das aeronaves.
Ainda não saíram medidas oficiais, porém independente da categoria da aeronave, a recomendação é sempre manter o modo avião ativado para evitar interferência no rádio altímetro.
5G em aeroportos no Brasil e na América Latina
No Brasil, a faixa de frequência usada para trafegar o 5G (SMP) termina em 3,7 GHz (enquanto a dos Estados Unidos começa nesta banda). Apesar de não haver um padrão de frequência internacional na banda C, a faixa usada na América Latina e no resto do mundo é muito similar ao Brasil; portanto, a preocupação com a interferência do 5G em aeroportos é muito menor. A Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações brasileira, inclusive descartou a possibilidade de adiar a implantação da rede no país.
No Brasil, alguns especialistas envolvidos no tema levantam a possibilidade futura de pequenos ajustes, pois é possível que a sub-banda de 3,7 a 3,8 GHz seja usada como uma rede de Serviço Limitado Privado (SLP) para uso de redes privadas. Por ainda não ter nada oficial sobre o assunto, e por se tratar de uma rede privada e indoor, a preocupação também é pequena em relação ao 5G em aeroportos. Apesar disso, já se fala em redução das potências mesmo nestes casos. Na indústria aeronáutica também se comenta sobre a troca dos filtros dos rádios altímetros por filtros mais seletivos para mitigar o problema.
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