A espera pelo 5G na América Latina é grande – afinal, a quinta geração traz altas velocidades e baixa latência, o que permite aumentar a produtividade para sobreviver à recessão econômica causada pela pandemia. Cada país tem seu entrave, e separamos um panorama geral sobre as expectativas de leilão, a implantação e o uso da tecnologia na região.
Até 2022, são esperadas 15 milhões de conexões 5G na América Latina, e o número deve saltar para 62 milhões de usuários em 2025, representando uma adesão de 10% – é o que aponta o relatório “A Economia Móvel na América Latina 2020”, da GSMA Intelligence.
O Brasil deve liderar a corrida pela implantação, já que o edital está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e deve ser publicado até agosto – com início das operações em 31 de julho de 2022 nas capitais e no Distrito Federal. O relatório da GSMA aponta que, até 2025, o país terá 18% das conexões focadas no 5G, sendo o maior percentual da região latina.
A situação do leilão em cada país
O México, que também já está em tratativa para agilizar o leilão, aparece na vice-liderança, com estimativa de 12% de conexões de quinta geração até 2025. Na terceira colocação vem o Chile (8%), que concluiu o leilão em fevereiro do ano passado e está bem adiantado no processo de implantação da tecnologia, prometendo oferecer a nova rede móvel para a maior parte do país nos próximos dois anos.
Em quinto lugar, Colômbia e Peru aparecem empatados com 6% de conexões 5G no país até 2025, atrás da Argentina, que tem previsão de 7%.
Segundo o site Andina – Agência Peruana de Notícias, a implantação da tecnologia 5G no Peru avança em grande velocidade. O Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) planeja autorizar ainda em abril a implantação de serviços – três operadoras estão sendo avaliadas.
Apenas 16 países no mundo têm planos de disponibilizar espectro em ondas milimétricas (mmWave) ou acima de 24 GHz para o 5G – na América Latina, temos o Brasil (em 26 GHz) e Chile (em 28 GHz).
O 5G já não está disponível?
Com certeza você já ouviu por aí que algumas operadoras já oferecem 5G – provavelmente até já se conectou a um wifi – mas, veja bem, essa frequência não é exatamente a do 5G!
Se trata da Dynamic Spectrum Sharing (DSS) – em tradução livre: Compartilhamento Dinâmico de Espectro, que nada mais é do que o uso da frequência 4G para testar o 5G.
O que a DSS faz é redistribuir as faixas de frequência disponíveis e utilizadas na rede 4G, assim as operadoras dão os primeiros passos para a implantação da quinta geração, promovendo uma conexão mais rápida. Nos Estados Unidos, a AT&T e a Verizon também utilizam o compartilhamento de espectro em suas redes 5G.
Apesar de ser uma tecnologia 5G NR, o 5G DSS é bem diferente do tradicional. Quando for de fato implantada, a rede 5G na América Latina deverá suportar até 1 milhão de conexões por quilômetro quadrado, enquanto o 4G alcança somente 100 mil. E além da alta velocidade, a conexão abre espaço para a exploração da Internet das Coisas (IoT).
Conexão 4G na América Latina
Apesar das pesquisas e expectativas da conexão de quinta geração para os próximos cinco anos, o 4G ainda deve dominar os dispositivos da população da América Latina no período, representando 67% das conexões – atualmente são apenas 49%.
No Brasil, por exemplo, o uso do 4G deve saltar de 76% para 81% em cinco anos, ainda segundo o relatório da GSMA Intelligence. Enquanto isso, as conexões 2G e 3G praticamente desaparecem pouco a pouco durante o período.
O avanço também aumenta o acesso dos brasileiros à tecnologia de forma geral, já que o uso de smartphones deve subir para 89% no país – são estimados 175 milhões de smartphones até 2025. O segundo país com mais smartphones na América Latina deve ser o México, com 92 milhões de aparelhos, seguido por Colômbia (54 milhões).
Vamos continuar acompanhando as atualizações sobre a implantação do 5G na América Latina – fique de olho no blog da QMC!